José, de escravo a governador do Egito

"E o Senhor estava com José, e foi homem próspero" (Gênesis 39.2)

A Bíblia fala que José foi um jovem pastor de ovelhas. Aos dezessete anos, em razão da inveja de seus irmãos, foi vendido como escravo: primeiro aos ismaelitas, depois aos egípcios, vivendo boa parte de sua juventude como escravo em terra estranha.

No Egito, depois de ter sofrido várias injustiças e suportado enorme sofrimento, José tornou-se governante daquela nação, sendo excedido em autoridade apenas por Faraó, rei egípcio. Nesta breve biografia desse jovem personagem bíblico – leia Gênesis, a partir do capítulo 37 - queremos destacar quatro lições que aprendemos de sua vida vitoriosa, como segue:

1. José fazia parte de um plano maior: o plano de Deus

Quando lemos Gênesis 37, ficamos convictos de que José fazia parte de um plano maior, isto é, do plano que Deus tinha para fazer de sua família uma numerosa nação, como por várias vezes Deus prometera a Abraão (Gênesis 12.2; 15.5). Os sonhos que José teve eram a grande demonstração dessa verdade, ainda que o jovem não a compreendesse (será?) e sofresse as consequências da inveja e do ódio de seus irmãos.

Por fazer parte de um plano maior de Deus para sua vida, José - mesmo na condição de escravo no Egito – pode usufruir do cuidado e da proteção de Deus, como nos diz o texto sagrado, numa evidência de que Deus estava no controle de todas as coisas: “E o Senhor estava com José, e foi homem próspero; e estava na casa de seu senhor egípcio. Vendo, pois, o seu senhor que o Senhor estava com ele, e tudo o que fazia o Senhor prosperava em sua mão, José achou graça em seus olhos, e servia-o; e ele o pôs sobre a sua casa, e entregou na sua mão tudo o que tinha” (Gênesis 39.1-3).

Mesmo vivenciando momentos difíceis em sua vida, José pode experimentar o cuidado e a proteção de Deus e nele confiar, como vemos no tópico que segue.

2. José não abria mão de sua comunhão com Deus

Vivendo na casa de Potifar e sendo responsável por tudo que aquele homem egípcio tinha, parecia que tudo estava bem para José. Talvez o jovem até estivesse pensando que a sua vida e seu destino estivessem selados, definitivamente selados! Mas não estavam! Eis que surge um fato inusitado: o jovem José é tentado sexualmente pela esposa de seu senhor. O texto sagrado assim diz: “E aconteceu depois destas coisas que a mulher do seu senhor pôs os seus olhos em José, e disse: Deita-te comigo” (Gênesis 39.7). Esse tipo de tentação, então, passou a fazer parte cotidianamente da vida de José, como nos mostra a Palavra de Deus (Gênesis 39.10), mas ele em momento algum cedeu a tais tentações, chegando a fugir quando agarrado pela mulher (Gênesis 39.12).

José não abriu mão de sua comunhão com Deus e de sua fidelidade a Ele. As consequências de seu posicionamento diante das tentações sexuais que sofria não poderiam ser outras: o jovem foi caluniado pela mulher de seu patrão e, como consequência de sua fidelidade a Deus, foi posto numa prisão, voltando à sua condição anterior, de desprezo e sofrimento, mas sem perder a comunhão com Deus, como veremos no tópico que segue.

3. José honrava a Deus com sua vida

José pagou um preço muito alto por sua fidelidade a Deus, porém sua história não terminou na prisão, nem poderia terminar! Da prisão – depois de interpretar alguns sonhos dos presos que estavam ali com ele – José foi posto diante de Faraó com a missão de interpretar os sonhos que tanto perturbaram o rei do Egito. Ali - diante do homem mais importante da terra naquele momento – depois de ser indagado sobre sua habilidade e precisão na interpretação de sonhos, José não usou de palavras que exaltassem seu ego. Pelo contrário, José honrou a Deus na presença daquele soberano sem nenhum temor ou constrangimento: “E respondeu José a Faraó, dizendo: Isso não está em mim; Deus dará resposta de paz a Faraó” (Gênesis 41.16).

José não perdeu sua comunhão com Deus durante o tempo que passou na prisão. José não se aproveitou das oportunidades que teve – algumas ilícitas, como nós lemos acima – para se autopromover e amenizar seu sofrimento. Não! José honrava a Deus acima de tudo e tinha uma forma peculiar de analisar os fatos que aconteceram em sua vida, como vemos no tópico abaixo.

4. José via os acontecimentos de sua vida sob a ótica de Deus

Depois de interpretar os sonhos de Faraó e de aconselhá-lo sobre como deveria proceder em relação aos anos que estavam por vi, José é alçado à condição de governador do Egito, e sua vida – e por extensão a de sua família – muda completamente.

Na condição de governador, José se casou e constituiu família, sem se esquecer de sua família de origem, na qual nascera e crescera. Quando teve a oportunidade de ficar frente a frente com seus irmãos não guardou ódio nem mágoa de seu passado, nem tão pouco demonstrou possuir um coração vingativo, mas lhes falou: “Agora, pois, não vos entristeçais, nem vos pese aos vossos olhos por me haverdes vendido para cá; porque, para conservação da vida, Deus me enviou diante da vossa face. Assim, não fostes vós que me enviastes para cá, senão Deus, que me tem posto por pai de Faraó, e por senhor de toda a sua casa, e como regente em toda a terra do Egito” (Gênesis 45.5,8).

Ou seja, José via os acontecimentos de sua vida sob a ótica de Deus, compreendendo que o Senhor estava no controle de todas as coisas, e sabendo “que todas as coisas contribuem juntamente para o bem daqueles que amam a Deus, daqueles que são chamados por seu decreto” (Romanos 8.28).

A biografia de José, portanto, é um exemplo para todos nós que cremos em Jesus, quer sejamos jovens ou não. Ela nós ensina que fazemos parte de um plano maior de Deus - o plano da salvação - que precisamos confiar em Deus em quaisquer circunstâncias da vida, ser fiel a Ele e honrá-lo, e também acreditar que o Senhor pode mudar as circunstâncias das nossas vidas para melhor e, assim, nos fazer vitoriosos em Cristo Jesus. A Bíblia fala!


Augusto Pereira

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