A cultura da celebridade à luz da Bíblia

“as mulheres, dançando, cantavam umas para as outras: Saul feriu milhares, mas Davi dez milhares” (I Samuel 18. 7)


O evento narrado na passagem bíblica acima, apesar de ter ocorrido a milhares de anos (1010 a.C.?), faz-nos compreender o momento que vivenciamos na cultura contemporânea mundial: a cultura da celebridade. O texto bíblico supracitado nos informa que, naquela época, “as mulheres, dançando, cantavam umas para as outras: Saul feriu milhares, mas Davi dez milhares” (18. 7) para celebrarem a vitória de Israel sobre os Filisteus, seus inimigos, colocando Davi – futuro rei de Israel – na condição de celebridade.


A leitura do texto sagrado nos faz inferir que sempre existiram celebridades ao longo da história da humanidade – Golias, por exemplo, era a celebridade dos Filisteus! Desse episódio narrado por Samuel podemos extrair dois ensinamentos básicos que nos fazem compreender melhor esse fenômeno na atualidade: 1) a fama de Davi se espalhou por todas as cidades de Israel, o que nos faz entender que é da natureza humana colocar em evidência aqueles que se notabilizam por algum feito praticado; 2) Davi é posto em evidência em razão do grande serviço prestado ao seu povo Israel, quando este vivia subordinado ao povo filisteu, o que nos faz compreender que o povo sentia a necessidade de um líder que lhe trouxesse alguma expectativa em relação à sua condição de vida, e a quem pudesse seguir.


Do mesmo modo como ocorreu na narrativa bíblica, vivenciamos em nossos dias a cultura da celebridade. O processo que impulsiona esse fenômeno é basicamente o mesmo da época de Davi, salvo algumas diferenças: a tendência humana de “celebrizar” o outro por aquilo que faz e a necessidade de se ter um líder com quem se identifique e a quem possa seguir - ainda que seja virtualmente.


Neste caso, a diferença reside nos meios que são utilizados para que se chegue à condição de celebridade. Nos dias atuais, sobretudo aqui no Brasil, para ser uma celebridade é preciso, em linhas gerais, submeter-se a alguns feitos: estar na mídia, ser ridículo ou fazer parte de um programa televisivo também ridículo e, se for mulher, precisa também tirar a roupa e expor a sua nudez, promovendo a sensualidade. Ou seja, nos dias atuais, já não é mais por um feito que traga algum benefício a um povo ou a uma comunidade que se elege uma celebridade!


À luz da Bíblia, a cultura da celebridade, tão comum em nossos dias, revela-nos duas verdades essencialmente divinas: a de que a humanidade caminha na contramão da vontade de Deus, preferindo honrar ao homem a honrar a Deus como Senhor absoluto; e a de que esta humanidade está sendo preparada para o reino do Anticristo, que surgirá com o status de celebridade, sendo adorado e seguido por muitos (Confira Apocalipse 13).


Voltando ao nosso texto bíblico de I Samuel, compreendemos que Davi sabia que não tinha sido escolhido por Deus para ser uma celebridade (Confira o cap. 16). Se no meio cristão alguém pensa o contrário, está totalmente equivocado. Resta-nos saber, portanto, qual a nossa conduta enquanto cristãos: se promovemos a cultura da celebridade, honrando a homens e aplaudindo o ridículo ou se celebramos a honra e a majestade do Senhor, aplaudindo os seus feitos. Qual é o seu posicionamento, cara leitor? A Bíblia fala!

Augusto Pereira

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