“Pela palavra do Senhor foram feitos os céus, e todo o exército deles pelo espírito da sua boca” (Salmos 33.6)

A Bíblia fala sobre o céu, apresentando-o como um lugar real e afirmando que ele é o lugar da habitação de Deus. No entanto, precisamos compreender que há na Bíblia mais de setecentas referências ao céu/céus e nem todas tratam especificamente sobre o céu como morada de Deus.

A pesar de a palavra hebraica shamayim e de a palavra grega ouranos serem traduzidas como céu/céus na Bíblia em português, suas ocorrências fazem referências a três tipos de céu, como vemos a seguir:

1. O céu atmosférico.

É o céu que contemplamos quando olhamos para cima. Na Bíblia há várias referências a esse céu, como Salmos 103.11: “Pois assim como o céu está elevado acima da terra, assim é grande a sua misericórdia para com os que o temem”. Em Isaías 55. 12 também vemos referência a esse céu: “Porque, assim como desce a chuva e a neve dos céus, e para lá não tornam, mas regam a terra, e a fazem produzir, e brotar, e dar semente ao semeador, e pão ao que come, assim será a minha palavra, que sair da minha boca; ela não voltará para mim vazia, antes fará o que me apraz, e prosperará naquilo para que a enviei” (Isaías 55.10,11)

2. O céu cósmico.

É aquele que podemos chamar de “universo”, pois está além da atmosfera terrestre, não podendo ser visto pelos olhos humanos, mas somente por meio de aparelhos muito especiais, como os telescópios. A cada dia que passa a ciência descobre coisas novas sobre esse céu: novos planetas, novas constelações, etc. É desse céu que o escritor aos Hebreus faz referência quando diz: “E: Tu, Senhor, no princípio fundaste a terra, E os céus são obra de tuas mãos” (Hebreus 1.10). Veja que, nessa passagem, “céus” é um elemento a mais na obra de criação de Deus. No salmos 33.6, também constatamos uma referência a esse céu: “Pela palavra do Senhor foram feitos os céus, e todo o exército deles pelo espírito da sua boca”

Na verdade, não é fácil fazer distinção entre o “céu atmosférico” e o “céu cósmico”. Todavia, fica evidente, isto é, podemos deduzir - pelo contexto imediato - que em várias passagens bíblicas, como as que apresentamos acima, por exemplo, o “céu atmosférico” é citado em oposição à terra concebida como “solo”, “chão”; ao passo que o “céu cósmico” é citado em oposição à terra concebida como “globo terrestre”.

3. O céu como morada de Deus.

É o céu que está situado além da terra e do universo, não podendo ser visto pelos olhos humanos, nem por nenhum telescópio. O apóstolo Paulo fez referência a esse céu, chamando-o de “terceiro céu” e “paraíso” em 2 Coríntios 12.2,4. Salomão, numa referência à grandeza de Deus, o chama de "céu dos céus" em 1 Reis 8.27. Jesus, em sua missão aqui na terra, também fez alusão a esse céu: “Portanto, qualquer que me confessar diante dos homens, eu o confessarei diante de meu Pai, que está nos céus. Mas qualquer que me negar diante dos homens, eu o negarei também diante de meu Pai, que está nos céus” (Mateus 10.32,33). Como sabemos, foi desse céu que Jesus desceu para cumprir sua obra redentora aqui na terra ( João 3.13 ) e para ele retornou quando ressuscitou, conforme Marcos 16.19: “Ora, o Senhor, depois de lhes ter falado, foi recebido no céu, e assentou-se à direita de Deus”.

Portanto, o céu é real, apesar de não ser visto. Não é um lugar místico ou fantasioso, mas é o lugar onde Deus mora e onde Jesus está. Como a Bíblia nos ensina, em breve o Senhor Jesus voltará do céu para buscar a sua Igreja e levá-la para lá, como ele mesmo prometeu: “Na casa de meu Pai há muitas moradas; se não fosse assim, eu vo-lo teria dito. Vou preparar-vos lugar. E quando eu for, e vos preparar lugar, virei outra vez, e vos levarei para mim mesmo, para que onde eu estiver estejais vós também” (João 14.2,3). Estejamos preparados para esse grande dia! A Bíblia fala!

Augusto Pereira