"E um dos malfeitores que estavam pendurados blasfemava dele, dizendo: Se tu és o Cristo, salva-te a ti mesmo, e a nós". (Lucas 23. 39)

O texto bíblico de Lucas acima referido nos faz ver que Jesus foi crucificado entre dois homens: um à sua direita e outro à sua esquerda. Jesus, de braços abertos, estava oferecendo seu perdão para os que o crucificavam, numa evidência de que estava ali para reconciliar o homem com Deus (II Coríntios 5.19). Aqueles dois homens, sentenciados ao mesmo martírio imposto a Jesus, a este se dirigiam, em suas últimas palavras, com intenções distintas: o primeiro em busca de um possível benefício que lhe salvasse daquela situação de sofrimento; o segundo abria mão de sua vida terrena, acreditando em Jesus para receber perdão e a vida eterna.

A história daqueles homens até hoje me causa admiração pelo fato de ver nela algo que acontece com frequência nos dias atuais: como o homem se aproxima de Deus para com ele se relacionar. Muitas pessoas não hesitam quando o assunto é relacionamento com Deus. Sabem que se relacionar com Deus é algo importante para a vida, tanto presente quanto futura. No entanto, querem se relacionar com Deus do seu jeito! Elas não entendem que o motivo maior do relacionamento com Deus está na necessidade de que o homem, vivendo distanciado de Deus em razão de sua condição de pecador (Romanos 3.23), precisa de Jesus para ter seus pecados perdoados e, assim, poder viver em paz com o seu Criador.

Eu não tenho dúvidas de que as pessoas que, à semelhança daquele primeiro homem, querem viver um relacionamento com Deus de seu jeito o fazem porque não conhecem o verdadeiro Evangelho ou o ouviram de forma destorcida. Certamente aquele primeiro homem apenas ouviu falar do que Jesus fazia – as curas e libertações que realizava – mas não o conhecia, nem sua missão, nem a razão de sua morte naquele madeiro.

O Evangelho que é pregado hoje na mídia e na maioria das igrejas evangélicas do Brasil, infelizmente, conduz as pessoas a se relacionarem com Deus pelo que ele pode fazer em seu favor, ou seja, pelos benefícios materiais e interesseiros que podem receber e não pelo que Deus é ou porque precisam de Deus. Entretanto, lamentamos dizer que o resultado desse relacionamento pode não ter um final feliz, assim como não teve para aquele primeiro homem.

E você, caro leitor, como pensa em se relacionar com Deus? Ou como você se relaciona com Deus? O seu relacionamento com Deus reflete sua dependência dele ou você é daquele que quer apenas seus benefícios, não reconhecendo que é carente de perdão e de salvação? Para o segundo homem, que reconheceu sua condição de pecador e de dependência a Deus, Jesus respondeu: “...hoje estarás comigo no Paraíso” (Lucas 23.43). Jesus é o Salvador e a certeza da salvação para aqueles que querem se relacionar com Deus pelo que Deus é e fez pelo pecador. A Bíblia fala!

Augusto Pereira