A parábola do semeador: a semente que caiu à beira do caminho

“Um semeador saiu a semear a sua semente” (Lucas 8.5)

De todas as parábolas de Jesus, a do semeador é a que mais me chama atenção em face do precioso ensino que ela nos transmite. Eu não estou dizendo, caro leitor, que as outras não tenham um ensino precioso, mas apenas afirmando que o que essa parábola nos ensina é extremamente revelador e de suma importância para a compreensão de alguns fenômenos que presenciamos no nosso cotidiano, relacionados à vida cristã. A parábola do semeador foi a única parábola cujo sentido foi explicado por Cristo, tornando sua compreensão ainda mais facilitada para nós, leitores da Bíblia Sagrada.

Toda vez que leio essa parábola, fico mais convicto de que Jesus a proferiu para nos mostrar – e nos fazer compreender, evidentemente – não a necessidade de pregação do evangelho, pois isso ele o fez em Marcos 16.15, mas a reação das pessoas ao ouvirem a palavra de Deus e algumas questões espirituais aí envolvidas. Assim, partindo da ideia proposta por Cristo de que a semente é a palavra de Deus (Lucas 8.11), e da compreensão de que o solo em que ela caiu representa o coração do homem, podemos falar em quatro grupos de pessoas e suas respectivas reações ao ouvirem a Palavra do Senhor:

1. O grupo dos que estão à beira do caminho.

“A que caiu à beira do caminho são os que a ouviram; vem, a seguir, o diabo e arrebata-lhes do coração a palavra, para não suceder que, crendo, sejam salvos” (Lucas 8.12).

Como sabemos, com base em João 14.6, Jesus é o caminho que conduz à comunhão com Deus. No entanto, as pessoas que pertencem a esse grupo não estão “no caminho”, que é Cristo, estão “à beira do caminho”, ou seja, não estão em sintonia com Cristo, nem em comunhão com Deus, o que nos faz compreender facilmente o trabalho infrutífero do semeador. Assim, a reação das pessoas que fazem parte desse grupo, ao receberem a palavra de Deus, se traduz em não quererem nenhum compromisso com o Salvador, preferindo segui-lo à distância. À semelhança de um daqueles homens que foram crucificados ao lado de Jesus no Calvário, elas estão bem próximas do Salvador, mas não o reconhecem como tal (confira Lucas 23.39). A questão espiritual aqui envolvida, em relação às pessoas desse grupo, está no fato de o Diabo “roubar-lhes a palavra do coração, para não suceder que, crendo, sejam salvos” (Lucas 8.12).

De fato, o Diabo é especialista em roubar a palavra dos corações que a ouvem. Foi assim que ele fez com o primeiro casal no Éden (confira Gênesis 3.1 a 7) e continua fazendo ainda hoje, já que sua missão, segundo Jesus, é “roubar, matar e destruir” (João 10.10). As pessoas que se inserem nesse grupo, em geral, são as que ainda não se decidiram por Cristo. Estão no mundo, amam o mundo, vivem uma vida religiosa regularmente, mas não querem reconhecer Jesus como Salvador. Há, infelizmente, muitas dessas pessoas dentro das igrejas evangélicas sem nenhuma palavra de Deus em seus corações, em suas vidas. Foram roubadas, enganadas, sem se aperceberem deste fato. São cristãos nominais, “amigos” do evangelho, que desconhecem o poder transformador e regenerador da palavra de Deus. As implicações resultantes desse modo de viver a vida cristã, entretanto, são sérias e perigosas, pois envolve a salvação de tais pessoas.

Se você, leitor, é daquelas pessoas que não levam a comunhão com Deus a sério, mesmo fazendo parte de uma igreja evangélica, você precisa compreender os perigos a que está exposto e se voltar imediatamente para Deus, aceitando seu filho Jesus como Senhor e Salvador e deixando a palavra de Deus abundar em sua vida (Colossenses 3.16). Prosseguimos no próximo post. A Bíblia fala!


Augusto Pereira

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